Muitas comunas podem ascender a municípios à luz da nova divisão
política e administrativa em curso no país, anunciou, na
Humpata, o director nacional da Administração Local do Estado.
Muitas comunas podem ascender a municípios à luz da nova divisão política e administrativa em curso no país, anunciou, na Humpata, o director nacional da Administração Local do Estado.
Belisário dos Santos, que falava à margem do conselho de representantes da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), disse que os técnicos do Ministério da Administração do Território estudam as características de 76 comunas propostas para municípios. Entre os critérios que podem pesar na decisão contam-se a distância em relação às capitais de província e sedes municipais, nível de desenvolvimento, número de habitantes e potencial econômico.
O objectivo da passagem de comunas a municípios, esclareceu, é descentralizar recursos financeiros que permitam às administrações resolver autonomamente vários problemas e dinamizar o processo das autarquias. Belisário dos Santos mencionou como exemplo das vantagens de promover certas comunas a municípios o caso de Dirico, que está a cerca de 800 quilômetros de Menongue, “muito distante do centro do poder de decisão política e econômica”.
in: http://jornaldeangola.sapo.ao/politica/varias_comunas_podem_passar_a_municipios
POSTO BÉU, BÉU CENTRAL OU MESMO BÉU COMERCIAL, SÃO OS NOMES PELOS QUAIS ERA CONHECIDA A ACTUAL COMUNA DO BÉU NO MUNICÍPIO DE MAQUELA DO ZOMBO
Béu nome da comuna e do rio
Mantufu é o nome do ancião que convidou o primeiro europeu que aí chegou. Inicialmente, era conhecido como "Mbongi Mantufu", na década 40 a administração colonial num decreto, proibia a atribuição de nomes de autoctones a localidades na Província de Angola. Daí por diante, fixou-se o nome do rio Béu, (MBEWU), como nome da aldeia (Mbewu vata), e do Posto administrativo.
Até hoje, ainda se ouve o nome de Posto Béu.
Béu, inicialmente posto militar, que se localizava junto da arvore centenária "M'BIDI", mais tarde foi transferido para o actual local. Pela Portaria nº.832 de 1 de Agosto de 1911, foi elevado para Posto Administrativo do Concelho do Zombo.
"TIMA, N'ZIBULA NZILA" OU ABERTURA DAS ESTRADAS
A partir do ano de 1932, as autoridades administrativas obrigaram os autóctones a abandonar às suas habitações no interior das matas e se transferirem para actuais localidades. Inicialmente, a partir de suas habitações, começavam a abertura das duas vias: Béu-Cuilo Futa e Béu-Maquela do Zombo. Anos depois, quando as autoridades transferiram o Posto de Sacandica ao concelho do Zombo é que foi aberta a via que liga Béu a Sacandica. Ao transferirem-se as actuais localidades mantiveram os nomes de suas aldeias primitivas. Os que mostravam resistência para sua transferência eram presos, como foi o conhecido caso do soba Bernardo Kubioka da aldeia de Mvwenga.
KINGUNDU E KIMBALA
Ainda na época de transferências das aldeias primitivas para actuais localidades, os anciãos que construíram as aldeias Kingundu e Kimbala, encontraram vestigos deixados por um outro povo que teria passado lá primeiro, segundo os mais anciãos, eram os AYAKA, ayaka mpunza yo mbele, quando foram escorraçados de Mbanza Mbata. in entrevista video (Samuel Kololo).
PRIMEIRAS IGREJAS NO BÉU
PROTESTANTISMO E CATOLICISMO
No ano de 1935 uma comitiva de anciãos das nossas aldeias do Béu, partiu a Kibokolo, pedir aos missionários protestantes da BMS para instalassem também igrejas no Béu. Foi portanto nessa época que a missão decide construção uma igreja na aldeia Kimbele. Anos depois, o missionário Grenefell, deslocara-se ao Béu e escolheu KIKUKAMA, entre as aldeias Kilanga e Kimadisu, o local onde ficaria instalada uma filial da BMS como a missão BMS do Bembe. Essa decisão foi tomada, porque havia sempre mortes dos que se dirigiam a Kibokolo, ao atravessarem o rio Nzadi. Segundo anciãos do Béu, anciãos próximos da missão Baptista em Kibokolo, eram contra a instalação de mais uma missão no Béu. NKI TWAVANGA? in entrevista video com o ancião Coxe Filipe. O último pastor da Igreja Baptista no Béu foi JOÃO MAYELE.
Os anciãos de Béu, lamentaram bastante quando leram a história da Igreja Baptista em Angola, escrita por F.James Genfell (1998), sem mencionar as dezenas de pessoas que morreram no rio Nzadi, para ir a Kibokolo assistir os actos religiosos da BMS. É com esse espirito de informadores próximos da BMS, que se evitou a instalação de uma filial da BMS no Béu, que estaria instalada no KIKUKAMA. Hoje talvez, não se teria o elevado numero de analfabetos.
CATOLICISMO NO BÉU
Dez anos depois, da instalação da igreja Protestante Baptista, no ano de 1945, foi implantada no Béu a missão Católica, na aldeia Luayi. in entrevista com ancião Bernardo Kubioka da aldeia Mvwenga (1985).
GUERRA DE 1961
Quando eclodiu a guerra de 1961 as populações de Béu também fugiram nas matas e para o Congo.
Por volta das 15 horas, começava passar na nossa aldeia Kimbele, muita gente carregando embrulhos, sacos etc., a cabeça, uns eram provenientes: Damba, Cuilo Futa etc. Na aldeia de Mpombo, por volta das 17 horas, fugimos, seguimos pela mata até Mbewu Vata, quando atingimos a aldeia Kivelo, fomos prevenidos de não continuar porque os brancos estavam reconstruindo a ponte sobre o rio Nzadi. A intenção da população fugitiva era atingir Béu Fiscal. Depois dessa advertência nas matas de Kivelo, os mais velhos cavaram um buraco onde se enterraram as panelas, pratos e outros objectos para diminuir-se o peso. Retornamos, passamos nas imediações do Posto Béu, Kixingani até Kimvwanda ba, por fim Kindopolo (RDC), onde permanecemos até aos fins de 1962, retornamos a Angola, mas permanecendo nas aldeias primitivas "Mabaxi", depois para nossas aldeias.
TOCOÍSMO NO BÉU 1963
Apos resposta de Simão Toco, fundador do Tocoísmo, no dia 21 de Fevereiro de 1963, os anciãos desintegrados da igreja protestante aderiram a nova religião, o tocoísmo. E, em Julho do mesmo ano as autoridades administrativas decidiram destruir o movimento na região, como resultado dessa tentativa foram presos dez anciãos principais e mortos cinco, também foram presas algumas meninas coristas e entregues como mulheres aos militares do aquartelamento da companhia do Batalhão que esteve na época no Béu. "Eu vi o sangue, porque o homem que eu vivia com ele veio com calças borradas de sangue, e eu não podia perguntar o que fizeram com os anciãos",
Até hoje, desconhece-se o local onde foram mortos e deitados
in entrevistas video.
Na época ouvia-se falar também de kimbanguismo.
"NGWANZI" ERA UM ANIMAL SEMELHANTE A UM LEOPARDO
Na década, surgiu na região do Béu o Ngwanzi, um animal feroz que matava os camponeses que iam as lavras sozinhos. Também por vezes atacava em grupo de três de pessoas. Aldeias inteiras estavam em panico, e ficavam desertas. Muitas famílias fugiam, abandonavam suas aldeias por causa do Ngwanzi. Segundo os relatos em video, era um animal com aparência de leopardo "matona, matona, nze ngo" tinha pintas no corpo como leopardo.
O panico criado na região obrigava os camponeses a andarem em grupos, quando fossem às lavras, as mulheres já não podiam ir às lavras sozinhas, eram acompanhadas pelos esposos. Quando atacava matava logo, extraindo os órgãos todos em frações de minutos.
Ngwanzi era um animal grande com aparência de leopardo e não um fantasma como muitos cépticos afirmavam, é confirmada nos relatos videos em arquivo, pelos anciãos de Béu e do Cuilo Futa que o viram morto e que conheceram mulheres e homens mortos pelo animal. Não tardou, os feiticeiros da região, começavam a aproveitarem-se utilizando a mesma táctica do Ngwanzi.
BÉU-FISCAL
Posto Policial-Fiscal do Concelho do Zombo criado por Portaria nº.8524 Publicada no B.O 12/1954.
Solo: o solo dá para qualquer tipo de producto, razão pela qual na década 70, era já denominado de Béu Comercial, quando autoridades administrativas da época propunham que fosse elevada ao concelho.
A Comuna do Béu tem três vias principais que ligam as comunas de Sacandica, Cuilo Futa e a sede Municipal.
Distancias para a Vila de Béu:
Béu-Makela 75 km,
Béu- Cuilo Futa 64 Km,
Béu-Sacandica 82 km
262 sobados ou seja aldeias
Regedorias:
1. Mpombo
2. Béu
3. Nsamba
4. Baka
5. Benga
6. Tau
7. Luakala
Quatro áreas fundiárias, estão já identificadas na comuna de Béu.
Um Centro Médico -
Uma Escola de II Ciclo
Rios e riachos: 20 Rios e riachos ligam a Comuna do Béu com a sede Municipal Maquela do Zombo
ÁREAS TERRITORIAIS DAS COMUNAS DO MUNICÍPIO DE MAQUELA DO ZOMBO
Concelho do Zombo: 9.580 km2 (1972), Elementos de Informação do Distrito do Uige
[GEPEUíge2010], Área Territorial:
1. A comuna de Béu tem 3012 km2;
2. A comuna de Cuilo Futa tem 1450 km2
3. A comuna de Maquela tem 1478 km2
4. A comuna de Quibocolo tem 2800 km2
5. A comuna de Sacandica tem 3504 km2
Se os dados em arquivo do governo Provincial e Municipal do Zombo, estivessem certos, o município teria uma área territorial de 12.244 km2. Matemáticos ou seja homens entendidos em cálculos matemáticos sugerem que a Administração Municipal deve fazer uma revisão muito séria para encontrar o erro. Dados falsos podem ser introduzidos quando subjectivamente queremos que a nossa região seja elevada, já que, muitas comunas podem ascender a municípios à luz da nova divisão política e administrativa em curso no país (...)
Rumores sobre a municipalização da Comuna de Béu, começaram a vazar da Administração Provincial do Uíge, Municipal de Maquela e da Comunal, desde o ano de 2010. Após a intervenção de Sua Exa. Senhor Paulo Pombolo, Governador da Província do Uíge, no acto central do DIA DA PAZ, que decorreu na Comuna do Béu em 2012, depois do encontro com autoridades tradicionais, na sede comunal do Partido, anunciou a construção de uma nova administração, escola, um internato, e um centro médico e exigiu da empresa SOLUM a conclusão das obras de reabilitação das estradas principais. Autoridades dos sobados do Béu e os populares, mostravam-se tristes, por não terem ouvido pronunciar-se sobre a municipalização de Béu.
Hoje, muitos esforçam-se para evitar que a comuna ascenda a município, esta pode ser a razão dos dados numéricos falsos fornecidos a Administração.
A concretizar-se ao contrário, parte de aldeias de Béu será transferida para a comuna que for elevada, isso porque a comuna encontra-se no centro ou seja, entre as comunas de Cuilo Futa e a de Sacandica. Avo katuzaya lamba ko, mavata ma nkaka ka mayikilwa diaka ma MBEWU ko. Izau nyindu zina vo.
Município de Maquela do Zombo e suas comunas
COMPARAÇÃO
A Comuna do Béu com sua área territorial de 3012 km2, é superior aos municípios de:
Buengas, Bungo, Mucaba, Negage, Puri, Songo e Uige, segundo dados (GEPE2003).
Também a comuna do Béu de todas as comunas do Município de Maquela do Zombo.
TURISMO
A comuna do Béu no Município de Maquela do Zombo, Província do Uíge, tem belezas naturais e inúmeros sítios históricos para visitar:
A arvore centenária, mais conhecida por "M'BIDI", localizada na vértice que liga a comuna de Sacandica a 82 km, comuna de Cuilo Futa a 64 k m e a sede municipal de Maquela do Zombo a 74 km.
- A Misteriosa lagoa do rio VAMBA, a três horas de andamento, localizadas nas matas de ngunguti.
- Pedra Mítica de Nzau Nganga, com marcas de: pé humano, pé de cão e nyendu o porta produto de campo; localizada nas margens do rio Sassa, a 8 km da sede comunal;
- Pedra Mítica de Ndele com as mesmas marcas, localizada nas margens do rio Béu;
- Antigo Aquartelamento de soldados das companhias dos Batalhões que se fixaram no Béu 1963-1975).
MISTERIOSA LAGOA "YANGA DI VAMBA", in video
PEDRA MITICA "Tadi di NZau Nganga", in video
PEDRA MITICA "Tadi di NZau Nganga", in video